Em parceria com governo federal, prefeitura oferece benefícios sociais para reduzir prostituição nas ruas Pular para o conteúdo principal

Em parceria com governo federal, prefeitura oferece benefícios sociais para reduzir prostituição nas ruas

Em parceria com governo federal, prefeitura oferece benefícios sociais para reduzir prostituição nas ruas

O DIA
Rio - A travesti Diana Silva, de 24 anos, é hostilizada por quatro jovens que passam em um carro preto. Dois deles — o carona e o do banco de trás —, projetam metade do corpo para fora do veículo enquanto proferem os xingamentos. Diana fica alerta, mas não recua. Pensa que não teria que ouvir as ofensas se já fosse uma empresária de sucesso. Enquanto não realiza o sonho, porém, vende o corpo por R$ 150 nas proximidades da Rodoviária Alex Novellino, em Cabo Frio. Para dar oportunidade a pessoas como Diana, foi desenvolvido um serviço que pode ser a porta de entrada para a obtenção de uma série de benefícios.
Por meio do Serviço Especializado em Abordagem Social, profissionais do sexo que utilizam espaços públicos podem ser inseridos no Cadastro Único (CadÚnico) e, com isso, tornam-se candidatos a receber o auxílio do Bolsa Família, participar do programa Minha Casa Minha Vida, ter desconto em contas de luz e isenção de taxas para inscrição em concursos públicos. Mas é a inclusão no Programa Nacional de Acesso Técnico e Emprego (Pronatec) que mais chama a atenção de Diana.
Nas proximidades da Rodoviária Alex Novellino, em Cabo Frio, mulheres e travestis vendem o corpo em programas que podem custar até R$ 150
Foto:  Daniel Castelo Branco / Agência O Dia
“Quem sabe não é o primeiro passo para eu me tornar uma empreendedora? Quero ter um negócio meu, ser minha própria chefe”, sonha a jovem. “Penso em largar essa vida, mas não agora”, conta a travesti, que nasceu em Campos dos Goytacazes, mas viaja permanentemente pelas cidades do interior.
“Sabe como é, né? Carne nova no pedaço faz mais sucesso”, completa, afirmando já ter ganho R$ 500 em apenas uma noite.
Resultado de uma parceria entre governo federal e município, a medida divide a opinião dos moradores de Cabo Frio. “Sou contra incentivos para garotos e garotas de programa. Se eu oferecesse um emprego ‘digno’, com salário de R$ 1.000 ou R$ 1.500 para trabalhar, você acha que iriam querer? Claro que não. Os profissionais do sexo ganham bem mais que isso”, diz o comerciante Glênio Júnior, de 36 anos.
O Ministério do Desenvolvimento Social informou que, além de Cabo Frio, outros 18 municípios fluminenses recebem o serviço.
Menores eram explorados
Desde que a Secretaria Municipal de Assistência Social começou o trabalho, em janeiro deste ano, 22 menores de idade foram inseridos no Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti). Treze deles eram explorados sexualmente.
Glênio: contra a oferta de benefícios financeiros para quem se prostitui
Foto:  Daniel Castelo Branco / Agência O Dia
Por meio de nota, a secretaria informou que o serviço não é exclusivo para profissionais do sexo, mas voltado a “quem está em situação de risco por morar ou sobreviver na rua.” Ao todo, 60 pessoas, incluindo dois idosos e sete crianças, foram abordadas e encaminhadas para as sete unidades do Centro de Referência Especializado em Assistência Social de Cabo Frio.
A equipe da secretaria que percorre as ruas é composta por psicólogos, assistentes sociais e orientadores sociais.
A favor, com restrições
Moradora da rua que é usada como um dos principais pontos de prostituição de Cabo Frio, a aposentada V., de 68 anos, está há três meses tentando vender o imóvel. Ela reclama que já fizeram sexo em frente à sua casa e urinaram no muro da residência. “Sou a favor de incentivar essa gente a estudar. Vejo o Pronatec e a isenção de taxa de concurso público com bons olhos, mas não há motivo para oferecer qualquer outro tipo de benefício financeiro”, pondera a aposentada.
Já a garçonete Michele Aparecida, de 29 anos, acredita que o serviço é essencial: “A maioria dos profissionais do sexo não está nessa vida porque quer, mas por necessidade. Eu pergunto: e se fosse um filho seu? Você não gostaria que tivesse estrutura para mudar de vida?”, defende.
Enquanto isso, os próprios beneficiados têm dúvidas sobre a medida. A travesti Hágata Medly, de 25 anos, é cética com relação ao serviço. “Já perdi a conta do número de lugares em que deixei o currículo. Tentei ser atendente de loja, vendedora, garçonete... Até me chamam para a entrevista de emprego, mas quando veem que sou travesti, percebo o olhar de desaprovação do entrevistador. Se o preconceito já é grande com prostitutas mulheres, imagina com travestis? Infelizmente, acredito que isso ainda vai levar um bom tempo para mudar.”
Reportagem de Paulo Cappelli

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