Coluna A Tarde: O açúcar e o vinagre Pular para o conteúdo principal

Coluna A Tarde: O açúcar e o vinagre

Coluna A Tarde: O açúcar e o vinagre
Político não respira distante do poder nem o poder sobrevive sem político. Consequentemente, o que está acontecendo em Brasília é uma espécie de calundu, talvez um esperneio de um expressivo número de deputados, a começar pelo PT e, como se esperava, uma rebelião dentro do PMDB e de mais sete partidos políticos que, na terça feira à noite, formaram um blocão para enfrentar a presidente Dilma Rousseff e derrotá-la na Câmara no que for possível. O blocão, que chega justo às vésperas do Carnaval (bem apropriado),  não gosta da presidente, pelos seus modos toscos de tratamento, nem provavelmente ela deles. Mas ambos não sobrevivem à distância.

O blocão estava anunciado há duas semanas.  Na terça, os deputados resolveram reunir os descontentes, de forma aberta para que o Planalto tomasse pleno conhecimento – e tomou, de fato, porque de igual modo, Dilma chamou Mercadante e sua encarregada de fazer a ligação com o Congresso, a ministra Ideli Salvatti, para uma reunião às pressas. O clima no Palácio esteve pesado todo o tempo. Já na Câmara os deputados reunidos estavam sorridentes. Embora um lado precise do outro, eles sabem que em ano de eleição a presidente é quem necessita mais deles para que levem às suas bases o nome da candidata à reeleição.

São duas centenas ao todo, nada pouco, mas, pelas declarações que fizeram à imprensa são maltratados pelo Palácio do Planalto, que não lhes dá a menor importância, preferindo se entender com as raposas do Congresso. Daí porque Dilma pediu socorro ao vice-presidente Michel Temer, que ficou com a missão de apascentar o PMDB. A princípio, conseguiu impedir que o blocão impusesse uma derrota na noite de terça na Câmara, com a ajuda do presidente do colegiado, Henrique Alves (que tem aversão à presidente e vice-versa), que fez uma mudança na pauta tirando uma das matérias de votação.

Não foi nada. Se a rebelião, o calundu perdurar em ano eleitoral de poucas sessões no Congresso, tende a ficar difícil para a presidente, que corre o risco de se fragilizar eleitoralmente. A matéria que queriam votar dizia respeito à Petrobrás, que enfrenta uma denúncia de uma empresa holandesa segundo a qual teria distribuído propina para altos escalões da quase estatal, na época em que era presidida pelo atual secretário do Planejamento de Jaques Wagner, José Sérgio Gabrielli. Esta pedra posta pelos holandeses tende a criar problemas que renderá e muito. A Petrobras, segundo a sua presidente, realiza uma auditoria para saber até que ponto a propina rolou e há ameaças de uma CPI no Congresso.

Provavelmente, a CPI não acontecerá por falta de tempo para as reuniões, por ser um ano legislativo atípico, com Copa do Mundo logo mais e, em sequência, campanha eleitoral nos meses de agosto e setembro, quando os deputados viram passarinhos e voam para as suas bases, abandonado o Congresso Nacional. Os parlamentares se queixam que são maltratados pela presidente e isso não é episódico, é voz geral. Os deputados baianos, por exemplo, salvo poucas exceções, não a suportam. Todos tocam na mesma tecla do desprezo, do distanciamento, do desinteresse dela pelas questões inerentes ao Congresso.

Aliás, o falecido Antônio Carlos Magalhães tinha uma forma de falar exatamente sobre o tratamento que se deve dar a deputados, políticos em geral, embora ele não fosse exatamente um exemplo. Tratava-os bem ou mal, a depender do seu humor. E a forma de tratar era às claras, não importava quem estivesse presente. Costumava dizer, que político se conquista “com açúcar e não com vinagre”.

Não sei se a frase era efetivamente dele ou de outro político que ele adotou. De qualquer maneira, serve não só para os políticos, mas para os relacionamentos humanos de forma geral. Quem é tratado com açúcar, delicadeza, tende a se aproximar. Com vinagre não há quem fique. É grosseria pura. Dilma, no caso, é mais vinagre. Para ela dengo só para Lula que a fez presidente e para mais ninguém. O resto depende dos seus interesses. Se pudesse ficava à distante da classe política que agora se rebela gerando um grande problema para ela que poderá ter consequência lá adiante, nas urnas de quatro de outubro, embora, como revelaram as pesquisas ela tende a ganhar em primeiro turno. Nada que seja impossível mudar.
*Coluna de Samuel Celestino publicada no jornal A Tarde desta quinta-feira (27)

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