Sem diálogo com movimentos sociais, Haddad desagrada base eleitoral do PT Pular para o conteúdo principal

Sem diálogo com movimentos sociais, Haddad desagrada base eleitoral do PT

As vaias que recepcionaram o prefeito de São
Paulo, Fernando Haddad, no último dia 19 em
evento dos catadores de material reciclável, ao
lado da presidente Dilma Rousseff, são um
termômetro da relação conturbada que a
administração petista estabeleceu com os
movimentos sociais nesse primeiro ano de gestão
na capital paulista. Aguardada como uma
retomada do canal de comunicação com a
administração municipal, após oito anos sem o
PT no governo, a eleição de Haddad agora é vista
pelos movimentos sociais – cujos membros são
simpatizantes e até filiados ao PT – como uma
continuidade da gestão de Gilberto Kassab (PSD).
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Dez fatos que marcaram o primeiro ano de
Haddad na Prefeitura
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IPTU
No início do mandato, Haddad fez alguns
movimentos que demonstraram abertura de
diálogo. Chegou a criar novos espaços de
participação da sociedade civil, como o Conselho
da Cidade, e reforçou a expectativa de que sua
gestão escutaria mais os movimentos antes de
tomar decisões. Mas não foi o que aconteceu,
segundo as entidades. “Os movimentos sociais
começaram a cobrar mais do governo, e o
governo se sentiu numa situação complicada, e
passou a não dialogar tanto e a se contrapor
mais. Isso dá um descrédito para o governo, o
movimento social pensa ‘do que adianta negociar
com o governo outras vezes, se o próprio governo
não efetiva o que assinou’?”, diz o vereador de
oposição Toninho Véspoli (PSOL).
Foto: Dario Oliveira/Futura Press
Famílias sem-teto ligadas MSTS acampam no
Viaduto do Chá%2C em frente à Prefeitura de
São Paulo
No dia 17 de dezembro, o Ministério Público de
São Paulo (MPSP) instaurou um inquérito civil
para apurar a falta de diálogo da Prefeitura em
uma ação contra a ocupação do Movimento dos
Sem-Teto do Sacomã (MSTS), no prédio do
antigo Cine Marrocos, no centro da cidade. Os
membros do grupo reclamam de uma ação
truculenta da Polícia Civil, que prendeu o
integrante do movimento que fazia portaria no
prédio e cortaram a água e a energia elétrica,
sem aviso prévio. Robson Nascimento Santos,
presidente do MSTS, conta que procurou a
Prefeitura e o secretário de Relações
Governamentais, João Antônio, mas não foi
recebido.
Abril: Protesto põe fim à lua de mel de Haddad
com movimento de moradia
Fernando Haddad: As principais medidas nos
primeiros 100 dias de governo
Em protesto, Santos levou parte das 350 famílias
que ocupavam o prédio para um acampamento no
viaduto do Chá, em frente à Prefeitura. “Nós
estamos conhecendo a cobra que colocamos no
poder. Ele criticou tanto o Kassab que superou
ele”, ataca Santos, que diz ser filiado ao PT e ter
feito campanha para Haddad, conquistando pelo
menos 20 mil votos para o prefeito em 2012,
número aproximado dos integrantes do MSTS.
Em nota, a Prefeitura nega a falta de diálogo e diz
já ter atendido “diversas vezes” o MSTS, pela
Secretaria de Habitação, e diz que a pasta
realizou, em 12 meses, “mais de 300 reuniões
entre associações e lideranças de movimento” de
moradia. O fim da lua de mel dos movimentos de
moradia com Haddad
terminou quando, em abril, um nome do PP, do
ex-prefeito Paulo Maluf, foi nomeado para
comandar a Secretaria de Habitação.
Moradores de rua
Outro grupo bastante descontente com Haddad é
o das entidades que trabalham com os moradores
de rua desde que o prefeito mandou tirar, em
outubro, os acampamentos da cidade. Uma das
maiores críticas das organizações sociais é que
as políticas públicas direcionadas para a
população de rua vêm sendo decididas no
gabinete e executadas sem discussão. No início
de dezembro, o padre Julio Lancelotti, conhecido
defensor dos moradores de rua, reproduziu no
Facebook o trecho de uma reunião com o prefeito
e as entidades. Segundo o trecho, Haddad se
mostra inflexível e fechado para o diálogo. Repete
mais de uma vez que “não vai permitir colchões
nas ruas”.
Em dezembro, a Prefeitura anunciou corte
orçamentário nas verbas da Secretaria de
Assistência Social, responsável pelas políticas
públicas para moradores de rua. Mas, apesar do
recuo, o orçamento aprovado pela Câmara no
último dia 18, prevê valores menores em relação a
2013. O vereador Paulo Fiorilo (PT), relator do
orçamento, diz que a Casa recompôs o valor
empenhado pela pasta, com “2% ou 3% a mais”,
empregando um “valor efetivamente maior” do
que se gastou esse ano.
O coordenador do Fórum de Assistência Social,
padre Lédio Milanez, diz já sentir dificuldades em
executar projetos com a verba já desse ano.
Milanez diz não ter queixas com a secretaria, com
quem diz manter um bom relacionamento, mas
afirma estar “decepcionado” com o Executivo “de
modo geral”. ”As verbas são insuficientes e a
questão dos moradores em situação de rua está
cada vez pior. Tivemos uma audiência pública
sobre essa questão dos moradores de rua e não
apareceu ninguém da Prefeitura nem da
secretaria, o que é bem grave”, diz. Fiorilo
argumenta que a secretaria não sofreu cortes
grandes. Ele explica, por exemplo, que os
recursos do programa municipal Renda Mínima
não foi previsto, pois ele será substituído pelo
Bolsa Família, cujo recurso vem do governo
federal. O petista também pede atenção para a
situação fiscal da cidade, o congelamento da
tarifa e a suspensão judicial dos recursos
provenientes do aumento do IPTU. “Como é que
você pode ter uma destinação maior de recursos
com essa situação que está vivendo a cidade?”,
questiona.
Para Milanez, os cortes na pasta, que cuida de
moradores em situação de rua, são uma “opção
política” do governo Haddad. “Pela primeira vez
se reduziu a verba para assistência social. Isso
mostra a prioridade dos técnicos da secretaria de
Planejamento. A questão orçamentária não é só
técnica, mas é uma questão de opção política”,
analisa. “Nós acreditávamos que a mudança de
gestor traria uma mudança no trato com os
movimentos sociais, muito pelo contrário, na área
de assistência social nós sentimos um
retrocesso.”
Ex-secretário da Assistência Social e atual líder
do PSDB na Câmara, Floriano Pesaro, diz que o
ponto chave não é se há mais ou menos diálogo
com movimentos sociais do que as gestões
passadas. “O PT sempre advogou que eles são os
grandes responsáveis pelo diálogo com a
sociedade, e agora eles mostram o quanto são
autoritários”, ataca. “O que tem agora é uma
soberba, ‘a gente sabe como fazer, não precisa
escutar dos movimentos sociais’, isso é o que
pensa o prefeito Haddad.” Fiorilo defende a
administração, afirmando que a leitura de Pesaro
é “vesga”, de quem “não conhece o movimento ou
quer fazer a oposição pela oposição”. “A
Prefeitura virou uma ágora, todo dia tem
manifestação, nunca nessa cidade teve tanta
manifestação. Isso é bom, isso reforça a
democracia”, diz.

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