Carlos Gilberto Farias por Evilásio Júnior, Francis Juliano e Rodrigo Aguiar | Fotos: Marcela Gelinski Pular para o conteúdo principal

Carlos Gilberto Farias por Evilásio Júnior, Francis Juliano e Rodrigo Aguiar | Fotos: Marcela Gelinski

Vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), o engenheiro agrônomo Carlos Gilberto Farias lançou sua candidatura para comandar a entidade e tirar da presidência José Mascarenhas, definido por ele como “um homem probo, muito trabalhador, mas imperial”. Ele acredita ser um representante do industrial legítimo – ou “puro sangue” – defendido para presidir a Fieb. “Nunca fiz política partidária, por entender que a vida empresarial é incompatível com a vida política. Eu acho que a Fieb precisa ter um industrial legítimo como candidato, puro-sangue. Até hoje, depois do doutor Orlando, há 43 anos, que a Fieb não tem um industrial legítimo”, diz o candidato, que promete não desistir do bate-chapa contra Mascarenhas. Em entrevista ao Bahia Notícias, o diretor institucional da Agrovale defende uma gestão participativa, com maior influência dos sindicatos, e critica a atual estrutura da Fieb, que estaria pouco alinhada com a Confederação Nacional das Indústrias. “Não podemos de forma alguma não ter uma importância na gestão da CNI. E por que não temos? Porque ficamos no canto parados, não reivindicamos e lutamos. Não chegamos para dizer: ‘Ei, rapaz, o que é isso? Eu não aceito a sexta vice [presidência]’. Aquilo é uma confraria. É uma coisa como o Clube Rotary. Tem 30, quatro trabalham e os outros vão no dia de comer”, compara. No entendimento do candidato, a explicação para boa parte das deficiências da atual administração pode ser explicada pela relação do presidente com uma empreiteira. “A gestão atual é muito ligada a uma empresa única, a Odebrecht. Mascarenhas é um funcionário da Odebrecht”, afirma. Além de uma maior articulação junto à CNI, o vice-presidente da Fieb argumenta ser necessária a interiorização, para atender a cidades menos assistidas, e diz não contar com o apoio do governo estadual na disputa, embora reconheça a preferência. “O governo tem apenas simpatia pela minha candidatura, como teria por outras, porque o governo quer fazer renovação. Quer que as pessoas não se perpetuem nas coisas; este é o pensamento”, define.
 

Bahia Notícias - Por que o senhor é candidato à presidência da Fieb?

Carlos Gilberto Farias - Sou candidato porque conheço as carências do interior da Bahia. Juazeiro é uma cidade polo e completamente desassistida do sistema S. E, por temperamento, sempre fiz política empresarial. Nunca fiz política partidária, por entender que a vida empresarial é incompatível com a vida política. Eu acho que a Fieb precisa ter um industrial legítimo como candidato, puro-sangue. Até hoje, depois do doutor Orlando, há 43 anos, que a Fieb não tem um industrial legítimo. Essa é também uma das minhas motivações. Em segundo lugar, eu já me acho preparado, dentro do aspecto industrial, e com tempo disponível para poder presidir a federação.

BN - É uma candidatura única ou o senhor postula esse cargo junto com mais alguém?

CGF - É uma chapa composta por 43 colegas. A estrutura de poder da federação tem 20 cargos: um presidente, cinco vice-presidentes, 14 diretores. São dez suplentes e três no conselho fiscal. Há também o centro das indústrias, com uma estrutura de poder semelhante, em número menor. A minha candidatura é plural, em uma chapa participativa. Queremos fazer com que os presidentes dos sindicatos, que na verdade são os grandes acionistas da federação, participem. Os sindicatos pequenos, as micro e pequenas empresas são muito desassistidas. E a federação termina sendo um promotor da assistência das grandes empresas.

BN - Mas é chapa única ou há outras?

CGF - O presidente José de Freitas Mascarenhas também postula a renovação do seu mandato.

BN - O senhor falou em uma proposta industrial puro-sangue. E disse antes que a Fieb é dominada há 40 anos por um tipo de pensamento. Não é também uma proposta política diferente?

CGF - Sim. Durante estes 40 anos, era por meio de indicação. Nunca houve um bate chapa. O governo atual não tem o mesmo comportamento do governo anterior sobre a Fieb. No governo anterior, a gente transferia. Na eleição, se definia quem seria o presidente da federação. O governo atual não pensa assim. O governo tem muita vontade de que haja renovação dos quadros da Fieb, porque é o que há de mais salutar em todo o país. O governo não se opõe à minha candidatura, muito pelo contrário. O governo não estimula acintosamente isso, mas tem muita simpatia pela minha candidatura.
 

BN - Além de ter um trânsito melhor com o atual governo, qual é o diferencial da sua candidatura em relação à de José Mascarenhas?

CGF - É a participação. José Mascarenhas é um homem probo, muito trabalhador, mas é um homem imperial. Como o regime lá é presidencialista, não há nenhuma participação dos presidentes dos sindicatos com atividades nas quais eles possam contribuir com a gestão. Por exemplo, eu sou o vice-presidente e nunca me foi dada uma atribuição. E olhe que eu presido hoje o conselho nacional de todas as agroindústrias brasileiras. Esse conselho é da CNI, da Confederação Nacional das Indústrias. 

BN - O senhor é participante da gestão. Como se apresentará como oposição, já que até o momento faz parte da situação?

CGF - Com a participação dos colegas, para desenvolvermos juntos a interiorização da Fieb, sem perder de vista a Região Metropolitana, que tem o Cimatec, uma das coisas mais importantes. Um centro de inovação dos mais importantes do país. Tem que ser dada muita atenção ao Cimatec. Inclusive a Fieb, com um convênio no qual a participação dela foi pequena sob o ponto de vista monetário, conseguiu trazer para a Bahia dois grandiosos supercomputadores para fazer pesquisa e dar suporte à Petrobras e outras grandes empresas. 

BN - Quando é o pleito?

CGF - O pleito deverá ocorrer em janeiro.

BN - Em um ano eleitoral também para o governo do Estado. O senhor não teme que uma candidatura com o apoio de membros do governo sofra com interferências no decorrer do ano eleitoral?

CGF - Não. O governo tem apenas simpatia pela minha candidatura, como teria por outras, porque o governo quer fazer renovação. Quer que as pessoas não se perpetuem nas coisas; este é o pensamento. Não é que o governo tenha tomado a decisão de que está comigo. Não existe nada disso, absolutamente. Eu sou uma pessoa independente do ponto de vista econômico e político; me dou com todos os grandes políticos aqui da Bahia, as lideranças. Tenho razoável aproximação com eles. Não tem nada que venha contaminar a eleição na Federação das Indústrias, porque não é assunto para política sobre o ponto de vista da influência. Para crescer, a federação uma entidade que terá que trabalhar em consonância com o governo, seja o atual ou outro. Se eleito for, pretendo aproximar a federação do governo atual ou futuro para trazer novas indústrias para a Bahia.
 

BN - Por conta das dificuldades de mão de obra, muitos municípios oferecem isenção, praticamente de 100%, do ICMS e as indústrias vão para lá. Mas existem muitos relatos de que as empresas ameaçam sair dos municípios quando há reivindicações ligadas a acidentes de trabalho e se instalarem em outras cidades, com as mesmas condições. Como o senhor avalia essa situação?

CGF - Existem alguns tipos de indústrias que, pela própria natureza, são migratórias. Por exemplo, a indústria calçadista. Ela teve um apogeu em Portugal, depois veio para o Brasil, com a maior concentração no Rio Grande do Sul. Se a somatória dos encargos que ela tem mais o dever dos EPIs [Equipamentos de Proteção Individual] que você falou não dá, ela arranca as máquinas e larga lá os galpões que construiu ou alugou e vai embora. Mas as outras indústrias, que têm raízes, não têm como sair. Por exemplo, a Agrovale, a nossa indústria, que é a maior empregadora privada da Bahia, tem um parque industrial e, atrelado a esse parque, 21 mil hectares de cana. Como é que ela sai? O empresário que está lá fora enxerga muito onde é o mercado. Então, a gente tem que fazer reuniões com associações comerciais e dizer o que a Bahia pode ofertar. Para fazer isso, como presidente de uma entidade como a Federação das Indústrias, você deve andar a par e passo com o governo, com o representante do governo. Com a política de incentivos do Confaz, isso tem sido muito difícil. Hoje, há essa guerra fiscal. Nós estamos possivelmente em uma adequação dificílima de relação de tabela de IPI entre um estado e outro para evitar justamente a guerra fiscal. O que dificulta muito para o Nordeste. O Nordeste não tem como competir com o Centro-Sul em absolutamente nada, nem nas condições de clima, de infraestrutura ou do próprio mercado. É preciso que se encontre uma nova forma dos estados de poder traçar uma política diferenciada para atrair as empresas. É um dos problemas que temos que enfrentar.

BN - O cenário não é favorável. Há uma crise econômica mundial que se reflete aqui e o próprio Estado da Bahia, com o contingenciamento decretado pelo governador de R$ 250 milhões da estrutura da máquina. Esse não é um momento inadequado para se discutir essas novas políticas e sim de estabelecer metas para recuperar a indústria e ver de que forma ela pode auxiliar o Estado?

CGF - A primeira coisa é fazer as adequações necessárias ainda possíveis do ponto de vista tributário nas indústrias que já existem aqui. Uma súmula do Supremo Tribunal Federal estabeleceu que nenhum estado que fez políticas de incentivos fiscais cujos incentivos não foram chancelados pelo Confaz, todos eles são passivo das empresas. Como isso se comportará? Dentro disso, a Câmara dos Deputados e o Senado vêm trabalhando muito; foi uma guerra terrível. Conseguiram acomodar a situação de que apenas o Mato Grosso e o Amazonas tivessem 9% de ICMS, o Nordeste com 4% e o Centro-Sul com 7%. Isso será agora processado em doses homeopáticas. Com isso, seriam chancelados e perdoados os incentivos que todos os estados deram às empresas por conta dessa decisão da súmula vinculante do STF.

BN - O atual presidente da Fieb disse em entrevista à Tribuna da Bahia que, como não houve queda de ICMS, essa crise financeira pela qual o Estado passa é um problema de gestão. O senhor concorda?

CGF - Eu diria que o Estado não vive apenas de ICMS. Vivemos em um regime federativo, no qual houve significativos cortes nas transferências da União para os estados. As prefeituras estão todas praticamente quebradas. Há uma comoção de caráter nacional. Isso tem trazido grandes dificuldades. Quando o governo estabelece uma redução de IPI para determinados bens, isso tem reflexo nos estados. Então, foi subtraída do Estado uma massa econômica, financeira, muito grande.
 

BN - Fala-se muito de uma disparidade de cuidado do governo federal em relação a Pernambuco e Bahia, onde haveria maiores investimentos em Pernambuco. O senhor concorda?

CGF - Concordo. Pernambuco teve no governo do presidente Lula uma posição política de apoio total e pleno. O presidente Lula é pernambucano. O governo de Eduardo Campos estava alinhado com o presidente. O Porto de Suape, com o estaleiro, a refinaria, a indústria automobilística, com tudo que tem lá...aquelas áreas todas eram cana de açúcar e se transformaram em grandes indústrias. O governo de Pernambuco também foi ágil e cooperador. E aí desenvolveu muito Suape. Os outros municípios cresceram muito, com a renda. Você vê hoje os grandes supermercados, que nunca existiram – os atacadões – em quase todas as cidades relativamente próximas. Em Petrolina e Juazeiro, você tem uns cinco, seis. A Bahia é um polo muito maior. Uma França para ser desenvolvida. Não sei dizer exatamente a quantidade de reais transferidos na relação Pernambuco versus Bahia. Nos primeiros anos, acho que Pernambuco teve muito mais recursos transferidos do que a Bahia. E a Bahia tem realmente uma dificuldade maior, porque é um estado bem maior.     

BN - Até que ponto a Fieb também não tem o papel de pressionar para que grandes obras de infraestrutura atrasadas fiquem prontas? Caso eleito, o senhor pretende utilizar a força da Fieb para que essas ações ocorram logo?

CGF - Acho que a Fieb tem um papel preponderante nisso, em alinhamento com as forças políticas locais. A Fieb precisa tomar a iniciativa de trazer os deputados federais todos, independente de partido, porque a Fieb não tem partido. E apresentar, junto com as lideranças políticas, a sua agenda legislativa e ir para o Congresso Nacional. Porque essas coisas só acontecem se for para lá. Isso não tem acontecido. Precisamos ter capacidade de articulação, levar as reivindicações, o governador pedir audiência com ministros. Precisa de empenho. Ou tem empenho pessoal ou não tem. Não pode deixar que a Fieb fique na sua estrutura de poder sozinha, isolada. Não tem como nós desenvolvermos se não formos aliados. Ser aliado não significa que amanhã a gente não esteja brigando, no bom sentido, com o secretário da Fazenda porque a taxação de ICMS é insuportável para este tipo de empresa, de indústria. Mas temos que ter esse alinhamento para o desenvolvimento. 

BN - O mandato é de quantos anos?

CGF - Quatro anos, podendo ser reeleito por mais quatro.

BN - Dentro desse período, o que é possível mudar na indústria baiana?

CGF - A CNI tem feito um trabalho magnífico, de articulação do que é convergente e divergente dentro da estrutura das indústrias brasileiras. É preciso que a federação baiana participe também na CNI como federado, ter iniciativa. Confesso que é uma das coisas que sinto falta na gestão atual. A gestão atual é muito ligada a uma empresa única, a Odebrecht. Mascarenhas é um funcionário da Odebrecht. Não vejo o empenho grande com todos os sindicatos, para lutar por isso junto à CNI. E a CNI tem uma infraestrutura magnífica de suporte. Sem exagero, tem mais de 30 bons técnicos na porta dos gabinetes do Senado e da Câmara. É assim que a gente constrói. Não vejo nenhuma articulação com os deputados.

BN - A presidente da República veio a Salvador para assinar o contrato de concessão do metrô. Quando a licitação foi anunciada com apenas um consórcio concorrente, o Grupo CCR, o governador Jaques Wagner reclamou muito das empresas baianas, reclamou muito diretamente da Odebrecht. Segundo ele, a empresa foi irresponsável com a Bahia por não ter se candidatado. Houve um mal-estar nesse período? Essa simpatia do governo à sua candidatura não seria uma retaliação do governo à Odebrecht?

CGF - É possível que, com isso, a simpatia seja ampliada. Via de regra, as coisas são assim. Você prejudica um, beneficia outro. A política partidária é dessa maneira. Na empresarial, não deixa de ser assim também. Eu tenho uma relação muito boa com a Odebrecht. Eu faço parte do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social da Presidência da República desde o início do governo do presidente Lula. Fui reconduzido pela presidente Dilma e, neste conselho, também está Marcelo Odebrecht, com quem eu me dou muito. E me dou muito com Emílio. A Odebrecht não é mais o maior investidor da Bahia: é a área de celulose. Mas, no entendimento dele, a Odebrecht seria o maior investidor da Bahia e, como tal, teria direito de poder ter a Federação todo o tempo. Você há de convir que os setores são os mais diversos possíveis. E hoje quem move mesmo a economia são as pequenas e médias empresas. As grandes empresas têm uma estrutura própria, com departamento jurídico, contábil, consultorias. As pequenas e médias é que não têm isso e são desassistidas, na sua maioria. É isso que nós estamos precisando, além de desenvolver o interior. Uma cidade como Feira de Santana não tem um escritório da Fieb. Tem lá uma quadra de esportes, um Sesi inoperante, as viaturas de transporte para treinamento não rodam há dois anos. Feira de Santana é uma cidade com quase 800 mil habitantes. Alagoinhas está aí, se desenvolvendo muito pelo seu aquífero, pelas condições que são ofertadas para certo tipo de indústria, mas é completamente desassistida no que tange à preparação de mão de obra. Não podemos pensar em preparar somente a mão de obra que vem do ensino superior, do mestrado. É importante que se faça isso, mas também é muitíssimo importante preparar maçariqueiro, soldador, pessoas para call center. Os sindicatos do interior já fazem parte efetivamente da nossa chapa. Inclusive uma das vice-presidências é do interior. Um industrial de Feira de Santana escolhido pelos três sindicatos. Vamos abrir um escritório imediatamente, para que dê vida à Federação e para que ela possa interagir com as indústrias. As indústrias instaladas lá em Alagoinhas não têm com quem conversar. Além da vivência e da experiência da indústria, é preciso ter também aptidão pessoal. Eu dizia sempre lá na nossa empresa, quando eu cuidava da área agrícola e industrial, eu não entrava no escritório no primeiro expediente. Quando você entra, fica. Ar-condicionado é gostoso. Telefone, mais ainda. E você deixa de ver todo o ambiente externo do seu negócio, que é maior que o interno. A Federação precisa que o presidente se locomova na zona metropolitana, mas faça uma viagem a cada 15 dias para visitar as obras e apertar. No meu entendimento, se você não faz isso de forma prática, as coisas não andam. Com metas e cobranças para cada um. Cada vice-presidente terá uma função e será cobrado. Ele vai botar a assinatura dele nas coisas que estiverem programadas. Cada vice-presidente conta com três diretores para a distribuição de tarefas.
 

BN - Essa intenção de levar as indústrias para o interior não pode esbarrar em um certo lobby das empresas que querem as indústrias perto da capital?

CGF - Primeiro, você vai ver qual é a vocação de cada região Por exemplo, no Vale do São Francisco, onde é assistido com água nos projetos de irrigação, há a vocação para a indústria de vinícolas, sucroalcooleira, indústrias que sejam de cultura temporária ou permanente. Contanto que seja irrigada, porque 70% da área da Bahia está no semiárido. A Bahia tem muita dificuldade. No Oeste, que é um celeiro de desenvolvimento, não se pode ter cultura permanente, a não ser que irrigue. Há um período de outubro a março sem chuva. 

BN - Outro projeto que está atrasado é a transposição do Rio São Francisco.

CGF - É preciso buscar a adequação. Vitória da Conquista já sabe o que pensa em termo de indústria; precisa de suporte. Treinando a mão de obra para atender a indústria dela, atrelando escolas para ter uma formação técnica. Onde é que o Sesi funciona bem atrelado ao Senai? Em todo canto onde existe.

BN - Mas essa mentalidade de concentrar as indústrias próximo à capital ainda é uma coisa muito forte no empresariado baiano?

CGF - Não acredito. É evidente que toda indústria quer ter a infraestrutura capaz de capilarizar, para escoar suas produções. É
preciso ir na frente construindo isso.

BN - Embora o senhor diga que não é uma caça às bruxas e que faz parte inclusive da atual gestão, há divergências muito grandes em relação à atual administração da Fieb. O senhor garante que não arredará mão e acabará apoiando em janeiro Mascarenhas, em uma chapa única?

CGF - Não, não. Essa é uma posição pensada, com muita reflexão. Não há essa possibilidade. Vamos para o bate-chapa. Essa é a grande oportunidade que os sindicatos têm de quebrar esse tabu de 43 anos. É exatamente neste momento que aparece um industrial com independência, que não tem como sofrer pressão para desistir da campanha. E a maioria dos colegas que estão lá querem a mudança mesmo. Para participar mais e poder ter atendidos os seus sindicatos no que falta. Não só de apoio institucional da Fieb, mas de apoio do próprio presidente aos sindicatos. Acho que o presidente da Federação deve ser um homem que pegue na mão do pequeno sindicato, cujas reivindicações já estudadas tenham consistência. O patrão do presidente da Federação são os sindicatos. Esse é o foco da mudança. O presidente atual tem um regime ditatorial. O regime é presidencialista, então ele não se utiliza dos colegas para poder fazer a gestão. Ele faz sozinho, com os técnicos. A Confederação Nacional das Indústrias tem 27 federações e, na sua estrutura de poder, são seis vice-presidências. A Bahia ocupa a sexta vice-presidência. A Paraíba ocupa a primeira, tem um cargo de tesoureiro nacional e dois cargos de diretores. Alagoas tem o segundo secretário e mais duas diretorias. Goiás tem o primeiro secretário e o Rio Grande do Norte tem o segundo vice-presidente. Nós, da Bahia, representamos 53% das exportações do Nordeste. Não podemos de forma alguma não ter uma importância na gestão da CNI. E por que não temos? Porque ficamos no canto parados, não reivindicamos e lutamos. Não chegamos para dizer: ‘Ei, rapaz, o que é isso? Eu não aceito a sexta vice’. Se tivesse a sétima e a oitava, seria ele. Aquilo é uma confraria. É uma coisa como o Clube Rotary. Tem 30, quatro trabalham e os outros vão no dia de comer. É preciso se dedicar, ter vontade de fazer. Resumindo: eu acho que, para ser presidente da Federação, é preciso ter vontade de ser. E ter approach dos seus colegas, porque você só se elege com voto. A Federação é uma instituição grande, com 2.965 funcionários, mais os prestadores de serviço. E isso tudo se concentra, 97%, na Zona Metropolitana de Salvador.

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