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CADA UMA TEM UM SONHO NA HORA DE DAR A LUZ A UM FILHO

Mulheres que viajam para parir

AI PARTEIRA E MÃE

A parteira americana Olívia Kimball e Paula com a recém-nascida de parto rural, Violeta.
Por Patricia Schleumer
Há mulheres que viajam para se divertir, outras para trabalhar e outras para parir. Os motivos são diversos: por questões de nacionalidade, práticas de parto ou simplesmente para ficar mais próxima da natureza, como a história da jovem Ana Paula Silvia, 27 anos.
Ela trabalha com ecologia feminina e vive em uma casa conhecida como Morada da Floresta, uma referência de residência ecológica na cidade de São Paulo.
A inspiração de um retiro para parir veio depois que ela assistiu a um vídeo do parto de uma amiga que optou pelo chamado “parto rural”. Assim que Paula soube da gravidez, decidiu: “Eu vou receber meu bebê na natureza”. O local escolhido foi o sul de Minas Gerais, entre araucárias e bromélias, no município de Aiuruoca, na Serra da Mantiqueira.
Paula viajou para conhecer algumas parteiras do interior de Minas e, apesar da sabedoria de todas, sentiu que ainda faltava alguma coisa.
Foi durante uma temporada com o marido Cláudio Spínola, na Bahia, que ela conheceu Olívia Kimball, a parteira com o perfil que ela procurava: “O encontro com a Olívia foi fruto da minha determinação; eu conspirei, sabia o que queria e aconteceu, foi uma sincronicidade”, explica ajeitando delicadamente os cabelos castanhos bem escuros que, em conjunto com seu tom de pele e radiante sorriso, lembra uma personagem de um filme hindu.
Olívia Kimball é uma parteira americana que estava de passagem pelo Brasil para um curso intensivo de capoeira: “Com seis meses de gestação, eu tinha muitas dúvidas para esclarecer. Existe muito medo no inconsciente feminino e quando uma mulher engravida acontecem várias projeções. Eu fiquei atenta para isso e ouvia muito a minha intuição, mas algumas questões ficaram na minha mente: diziam, por exemplo, que eu poderia romper a pele da vagina. Aí eu comecei a fazer perguntas para Olívia e vi que ela tinha muito conhecimento. Senti que ela era a pessoa que eu procurava e então a convidamos para ajudar no parto. Foi o primeiro parto que ela fez no Brasil”.
Parto rural
Com 15 dias de previsão de parto eles começaram os preparativos da viagem. “Foi uma aventura, mas consciente. A casinha que alugamos era simples, perto de cachoeiras e montanhas. Enchemos o nosso carro de coisas, tudo que precisávamos para o retiro de 40 dias, inspirados em uma prática indiana. Lá, quando nasce um bebê, o casal faz um resguardo de visitas. No meu caso, além de privacidade, queria que as primeiras impressões da criança fossem de um ambiente com ar puro. Lá me preparei tomando banhos de cachoeira, de sol e fazendo banhos de assento. Na noite que antecedeu ao parto, sonhei que minha mãe chegava até mim e dizia “Minha filha, chegou a sua hora”, mas, ao mesmo tempo que era a imagem da minha mãe, tinha a sensação de estar com a  Mãe Divina, essa força natural superior; acordei já muito emocionada. Fui caminhar descalça entre as plantações de girassóis e me fortalecer com a natureza. Naquele dia todos saíram para fazer compras e eu fiquei sozinha com a Olívia. Ela preparou a piscina inflável e o ambiente com velas e flores por toda a casa, trazendo o sagrado. Quando o Cláudio chegou algumas horas depois, eu já estava em trabalho de parto; ele ajudou com as massagens e os chás de ervas. A água que enchia a banheira vinha da cachoeira e era aquecida no fogão à lenha.”
Pergunto se havia alguma maternidade próxima ao local e Paula diz que não: “Apesar de não ter qualquer plano B, eu não alimentava o medo. Aprendi com uma mestra de lá que quando você pensa em uma coisa, só de pensar pode atrair. Planejei e me preparei para tudo sair bem. Praticava ioga há seis anos, sentia meu corpo e na hora deixei tudo fluir; permiti que a força involuntária da natureza agisse, procurei não bloquear nada”.
– E a dor do parto?, pergunto admirada pela coragem dela: “Nos momentos de dor, eu pensava em nossas ancestrais que já tinham passado pela mesma experiência. Senti um profundo reconhecimento e respeito pela força da mulher. A meditação Vipassana também ajudou, pois quando ficamos horas em posição de lótus também trabalhamos a questão da equanimidade com a dor”.
Violeta Luz nasceu por volta das 19h30, após 12 horas de trabalho de parto. Um casal de amigos que também foi para ajudar nas tarefas da casa filmou o parto: “Eu quis fazer um documentário para compartilhar a minha experiência e inspirar outras mulheres, como aconteceu comigo”.
Dando à luz em Goa
Um dia Paula sonhou que paria no mar entoando mantras, logo depois descobriu que estava grávida do segundo filho. As deslumbrantes praias do Ceará eram o cenário cogitado para o segundo parto, mas o casal planejava ir à Índia quando uma amiga sugeriu oBirthing Center, uma casa de parto localizada em Goa, bem próxima ao mar.
A parteira alemã Corinna Stahlhofen recebe mulheres de muitos países para o parto com práticas de ioga, homeopatia e antroposofia, além de dar suporte com o processo de documentação da criança. Paula não teve dúvidas: marcou a data e foi parir seu segundo filho lá.
“Foi uma experiência muito diferente da que eu tinha aprendido aqui. A Corinna tem uma forma peculiar de partejar. Todos os detalhes são muito bem planejados. Nos dias que antecederam ao parto, passei muito tempo dentro do mar, com uma sensação de infinito, fortalecida pela força da natureza, física e espiritualmente. A Índia é uma terra Mãe, generosa com os cuidados do corpo e da mente e lá fiz vários tratamentos de ayurveda e meditação.”
Micah nasceu na lua crescente do dia 21 de abril de 2010. Pouco antes de finalizarmos a entrevista, ele acorda e Paula começa a amamentá-lo, Violeta se aproxima para beijá-lo, e eu me emociono com a harmonia da família e com a amorosidade dessa geração de crianças nascidas com a suavidade da água em conexão com a força da natureza e reverência ao sagrado feminino; presságios de uma nova e

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