Ex-presidente se reunirá com parlamentares de partidos que apoiaram petista e com os que têm dúvidas sobre o processo
Intenção é indicar propostas e não dar impressão de que o PT entregou os pontos
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegará a Brasília nesta quarta-feira (6) com o objetivo de assumir as articulações políticas contra o impeachment de Dilma Rousseff. Lula deve se reunir em um jantar com senadores de partidos que apoiaram a presidente afastada e também com os parlamentares que ainda têm dúvidas sobre o processo.
Ainda que ele considere remota a possibilidade de Dilma voltar à presidência, a intenção é produzir um movimento que dificulte a vida do presidente interino Michel Temer, além de indicar propostas e não dar impressão de que o PT entregou os pontos.
Nesta quarta-feira Dilma não irá ao Senado para participar do interrogatório na comissão do impeachment, em estratégia para preservá-la. Uma mensagem da petista deve ser lida pelo advogado José Eduardo Cardozo, porém não será permitido que ele responda questionamentos. Em agosto, a presidente afastada deve ir ao plenário da Casa, nas sessões a serem comandadas por Ricardo Lewandowski, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF).
Uma mensagem de Dilma deve ser lida por Cardozo nesta quarta, na comissão de impeachment
"Se tem uma questão que a presidente não tem é medo", disse Cardozo ao negar que Dilma tenha receio de enfrentar os senadores. "Aqui é um jogo de cartas marcadas. Ninguém está levando em conta aspectos jurídicos e ela faz muito bem em não vir", endossou o senador petista Lindbergh Farias, integrante do colegiado.
Plebiscito
A consulta à população, por meio de um plebiscito, acerca de novas eleições será tema de conversa entre Lula e os senadores. Apesar de Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o Movimento dos Sem Terra (MST) se posicionar contrários à ideia, senadores como Roberto Requião (PMDB-PR) já alertaram Dilma da necessidade de obter apoio, porque mesmo que ela consiga retornar ao cargo, dificilmente a petista terá condições políticas de se manter no poder.
Na terça-feira (5), em reunião com juristas no Palácio da Alvorada, Dilma disse que "temos de estar abertos para qualquer proposta, seja plebiscito, eleições gerais, eleição presidencial, e tem de tentar unificar. O que não é possível é a proposta de eleição indireta que virá". À noite a presidente afastada se encontrou com senadores apoiadores. "Acredito e luto todo dia para o meu retorno. Não só pelo meu mandato, mas pelo resgate da democracia", enfatizou.
Para a cúpula do PT, Dilma deve escrever uma carta ao povo brasileiro, dizendo à sociedade suas pretensões caso se consiga superar o processo de impeachment.
* Com informações do Estadão Conteúdo
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