Ministério investiga se 40 mortes no país estão relacionadas à malformação.
Ao contrário do que vinha fazendo, pasta não deu nº de casos confirmados.
O número de casos suspeitos de
microcefalia em todo o país subiu para 2.782 até o dia último dia 19,
segundo balanço do Ministério da Saúde divulgado nesta terça-feira (22).
No levantamento do dia 12, havia 2.165 casos suspeitos, 134 confirmados
e 102 descartados da malformação.
A pasta confirma 40 mortes suspeitas de
terem sido causadas por microcefalia. No último levantamento, 26 óbitos
eram investigados, uma morte foi confirmada e outra, descartada. Ao
contrário do que vinha fazendo, o ministério não revelou no balanço
desta terça o número de casos confirmados da malformação.
Segundo o diretor do Departamento de Vigilância de Doenças
Transmissíveis do ministério, Caio Maierovitch, o motivo é que ainda há
dificuldade no enquadramento da doença pelos funcionários dos estados.“De lá para cá [do dia 12 ao 19], recebemos muitos comunicados dos estados de que os profissionais tiveram muitas dúvidas no enquadramento dos casos. Há uma dificuldade na classificação e no enquadramento confiável, como casos confirmados e descartados”, explicou.
A microcefalia é uma condição rara em que o bebê nasce com o crânio do tamanho menor do que o normal. A malformação é diagnosticada quando o perímetro da cabeça é igual ou menor do que 32 cm – o esperado é que bebês nascidos após nove meses de gestação tenham pelo menos 34 cm.
Pernambuco é o estado com maior número
de casos suspeitos de microcefalia: 1.031. Em seguida, vêm Paraíba e
Bahia, com 429 e 271 casos, respectivamente. O Rio Grande do Norte e a
Bahia são os estados com maior número de óbitos sob suspeita da doença:
dez casos.
“Não há dúvida que a maioria esmagadora dos casos de microcefalia
esteja relacionado ao vírus zika”, disse Maierovitch. O vírus é
transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, mesmo vetor da dengue e da
chikungunya.
Em 20 estados do país, 16 já instalaram
“salas de controle” da doença, que repassam dados ao ministério. A pasta
estabeleceu uma meta de, até 31 de janeiro, visitar residências em todo
o país, em busca de focos do mosquito. O serviço será feito por os
agentes epidemiológicos e comunitários de saúde e por homens do
Exército. Cada agente deve visitar em média 20 residências por dia.
Durante a apresentação dos dados, o
ministério reforçou a importância do combate ao mosquito Aedes aegypti
no período de festas e férias, quando se produz muito lixo descartável
que favorece a formação de criadouros do inseto.
“Nós queremos exatamente chamar pela
responsabilidade do descarte ecologicamente correto, de todos não
deixarem expostos copinhos, copos, latas de garrafa, tudo o que a fêmea
pode colocar o ovo”, pediu o secretário de Atenção à Saúde, Alberto
Beltrame.
O ministério também fez um apelo para
que as pessoas doem sangue neste período, que, segundo Maierovitch, é
quando “o número de casos de doenças agudas relacionadas com vetores
costuma aumentar”. Além disso, segundo a pasta, normalmente há uma
diminuição do estoque de sangue nos hemocentros no verão.
“Estamos orientando todos os doadores
que tenham feito doação e tenha uma ocorrência de qualquer evento
sugestivo de infecção pelo vírus zika até sete dias depois, a procurar
um hemocentro para informar do caso”, afirmou Beltrame. As unidades de
saúde estão sendo orientadas para redobrar os cuidados na monitoração de
reações adversas no período pós-transfusão.
Fonte: G1/Bem Estar
http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2015/12/casos-suspeitos-de-microcefalia-sobem-para-2782-diz-saude.html
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