‘Minha Casa, Minha Vida’ ainda não concluiu 1ª fase
Foto: Divulgação
Das 1.005.128 unidades habitacionais contratadas entre 2009 e 2010, 814.101 foram entregues
Prestes a entrar na terceira etapa, o Minha Casa, Minha Vida não entregou ainda 19% das moradias que foram contratadas na primeira fase do programa de habitação popular, na gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para usar a mesma metodologia de comparação do governo, é como se a população inteira de Santo André (SP) esperasse, no mínimo, quatro anos para receber as chaves das casas ou apartamentos. Levantamento obtido pelo jornal O Estado de S. Paulo aponta que das 1.005.128 unidades habitacionais contratadas entre 2009 e 2010, os últimos dois anos de Lula, 814.101 foram entregues. Ou seja, 191.027 famílias ainda esperam para entrar em suas moradias – para calcular o número de pessoas beneficiadas, o governo multiplica o número de famílias por quatro integrantes. A reportagem apurou que 81.514 das moradias ainda estão em processo de construção; as outras estão concluídas, mas as chaves ainda não foram entregues às famílias. Para o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), José Carlos Martins, o programa começou sem a estrutura necessária para suportar o boom de obras por todo o País. Segundo ele, todos estavam despreparados: as três esferas de governo (federal, estadual e municipal), os bancos públicos, os cartórios e as construtoras. “Tivemos uma curva de aprendizagem ao longo dos anos”, afirmou. “Hoje está longe de estar excelente, mas melhorou muito”, completou. O governo diz que, em média, uma casa do programa leva um ano e meio para ser construída. A secretária Nacional de Habitação, Inês Magalhães, disse que a entrega dessas unidades “residuais” da primeira etapa atrasou, principalmente, por conta do processo de legalização dos empreendimentos. “O governo federal faz questão de entregar as moradias com regularização completa. Esse era um dos problemas dos outros programas de habitação que o País já teve: as pessoas se mudavam para áreas ilegais”, afirmou.
Murilo Rodrigues Alves, Agência Estado
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