Deputado do PSB vai relatar processo que pode cassar André Vargas
BRASÍLIA - O deputado federal Júlio Delgado (PSB-MG) foi escolhido, nesta quarta-feira, 9, relator do processo disciplinar por quebra de decoro parlamentar do vice-presidente da Câmara dos Deputados, André Vargas (PT-PR), no Conselho de Ética da Casa por envolvimento do petista com o doleiro Alberto Youssef.
O relatório preliminar sobre a admissibilidade do requerimento do PSDB, PPS e DEM será entregue já na próxima semana, segundo Delgado, que vê fortes indícios para abrir o processo disciplinar.
“A cada dia surgem novas denúncias, entendo que é o caso de um procedimento interno da Câmara para averiguar a gravidade delas”, disse.
Delgado é presidente do diretório do PSB em Minas Gerais e um dos principais defensores da candidatura do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) à Presidência da República. Vargas, que é pressionado pelo PT a renunciar para não prejudicar ainda mais a imagem do partido, pediu licença de 60 dias do seu mandato, na segunda, 7.
O nome de Delgado foi escolhido pelo presidente do Conselho de Ética, deputado Ricardo Izar (PSD-SP), com base em uma lista tríplice entre os integrantes da comissão. Izar disse que Roberto Teixeira (PP-PE), outro dos sorteados, não quis assumir a função para se empenhar em sua candidatura à reeleição e que Renzo Braz (PP-MG), também na lista tríplice, estava em primeiro mandato e tinha menos experiência para conduzir o processo.
“O Júlio Delgado foi relator do processo [de cassação] do [ex-deputado federal] José Dirceu, que era um processo muito mais complicado e foi bem conduzido”, afirmou Izar.
Vargas vai ser investigado por envolvimento com Alberto Youssef, preso na “Operação Lava Jato”, da Polícia Federal, que apura esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado R$ 10 bilhões. Segundo a PF, foram interceptadas ligações telefônicas e mensagens entre os dois que indicariam intervenção do petista para que o doleiro ganhasse contratos no Ministério da Saúde. Vargas também pegou carona num jatinho fretado por Youssef para viajar com a família a João Pessoa.
A pena, que vai depender de Delgado, pode variar de advertência verbal, advertência escrita, suspensão das prerrogativas parlamentares e perda de mandato.
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