O mote da conversa do petista, além de trazer histórico dos sete anos frente ao governo, foi eleição. Wagner ressaltou a presença de Nilo no grupo e lembrou que já passou pelo mesmo problema quando começou a tratar da escolha do candidato petista, com os embaraços internos da sigla. “Eu acho que esse momento é igual quando escolhemos Rui no PT. Espero que os bons momentos da caminhada sejam bem melhores que a tristeza do momento. É um momento de externar a tristeza”, justificou as posturas do pedetista.
O governador ainda ressaltou o pedido de compreensão feito às duas legendas e a escolha através dos critérios e acha que não está em xeque a parceria. “Eu pedi o tempo todo para que houvesse um entendimento entre os partidos que pleitearam a vaga. Em número de deputados federais, eles empatam. Se for no critério objetivo, o cara pode não gostar da decisão, mas sabe que foi tomada em um critério objetivo. Aqui não está se julgando fidelidade”.
Governador fala em pesquisa e DEM rebate
Segundo informações, o levantamento foi realizado com cerca de duas mil pessoas em diversos municípios espalhados pelo interior da Bahia.Os números demonstram crescimento do candidato da chapa governista, que no início do processo figurava com cerca de 10% das intenções de votos.
O chefe do Executivo também confidenciou que havia grandes chances de compor a majoritária com a vaga a Senado e confessou que abriu mão para garantir a acomodação do PSD, com o nome de Otto Alencar (PSD). Com isso, resolveu assumir a coordenação da articulação eleitoral.
Referente à pesquisa, quem não gostou nada dos dados foi o presidente do DEM, deputado estadual Paulo Azi. Ele ironizou as informações e disse que a pesquisa de Wagner “é no estilo quero morar na propaganda do governo da Bahia”.
Chateação
Durante a entrevista, questionado quanto à postura da senadora Lídice da Mata (PSB) que decidiu deixar a base do governo e seguir candidatura própria ao governo, o coordenador da chapa majoritária do PT, governador Jaques Wagner, classificou a situação como uma “chateação”, reflexo da parcela de votos que deverá ser retirada de Rui Costa (PT) na eleição de outubro próximo.
O governador ainda disse sentir por não tê-la junto. “Eu sou amigo de dentro de casa, e ela é amiga de ‘Fatinha’, é lógico que eu preferia que a gente pudesse caminhar [junto]. A amizade continua, mas o meu candidato é Rui Costa”, declarou.
No bate-papo, o chefe do Executivo garantiu que Lídice aumenta a gama de votos do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), candidato socialista à Presidência da República. “Lídice é maior do que Eduardo no estado”, afirmou.
“Dilma está dando 79% nos votos válidos. Na verdade, ela está dando 65% do total. Eduardo é mais novidade que Aécio, porque Aécio é governador de Minas, a cara está mais na rua, e tem uma taxa de rejeição maior. Por enquanto, a candidatura de Lídice faz a candidatura de Eduardo crescer. Ela tem 12% na pesquisa que eu fiz, ela é maior que Eduardo na Bahia”, analisou.
A senadora Lídice, em contato com a Tribuna, comentou a declaração do governador. A socialista acredita que a culpa da “chateação” é do próprio PT, que não a aceitou como candidata da base. O PSB e o PT possuíam uma forte afinidade. Lídice, por exemplo, foi peça ativa no grupo da situação, eleita senadora, em 2010, ao lado de Walter Pinheiro (PT), na chapa que garantiu a reeleição de Wagner em primeiro turno.
“Eu considero normal a declaração de Wagner, pois seria ideal mantermos o grupo unido, mas a culpa foi do partido, que não quis que o PSB, através do meu nome, assumisse a dianteira da chapa, optaram continuar com PT. Mas eu mantenho a minha amizade, isso se trata apenas de um assunto no campo político”, rebateu.
Quanto ao palanque de Eduardo Campos na Bahia, Lídice acredita que existe uma “sinergia” de ambos e que um ajudará o outro na construção da campanha e na angariação de votos.
“Isso é bom, pois mostra o nosso momento de articulação. Eu acho que mais do que eu devo ajudar Eduardo, a candidatura dele à Presidência é que vai me ajudar aqui na Bahia, pois podemos mostrar ao povo baiano o trabalho que pode ser feito em conjunto. Nossa articulação vai muito bem”, disse.
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