A política apodrece
Enquantoo PSB e o PSDB a cada momento encontrambrechaspara jogar unidos, embora com candidatosdiferentesnas eleiçõespresidenciais,o PT cometebobagenssobre bobagens,uma delas, bema propósito,chamar no Facebooko governadorEduardo Campos de “tolo e playboy”, dois adjetivosdistantesdo candidatopresidencial pelo PSB. De tal maneirafoi o disparateque, daqui, o governadorJaquesWagner, um político por excelênciacomedidoe eleganteno tratar, condenoucomveemênciaa provocaçãodo PT na sua páginada internet.Nada pior do queum “companheiro”desmiolado,sem a compreensão do universopolíticoe como se deve agir em circunstânciasespeciais,como, por exemplo,em ano eleitoral.
A consequênciada idioticeculminoucoma decisãodo PSB queresolveu,a partir de fevereiro, votar sistematicamenteno Congressocontrao governo, quandoantestrilhava em uma posição de independência.Em outraspalavras, a trapalhada do militanteou lá o quesejaquem escreveuataquesa Eduardo Campos, foi tão burra queacabou por atingir,não ao político pernambucano,mas à presidenteDilma, candidata à reeleição. De qualquer sorte,ataquesfazem parte do arsenal das campanhaspolíticas,embora não estejamos,ainda, em campanha. Pelo contrário, teremosum ano dificílimo, principalmentepara a presidente,se houver manifestaçõespolíticasnas ruas e avenidas das principaiscapitais do país, tal como se observou em junho do ano passado.
Quando aconteceramas manifestações,em três semanasapenasa presidenteDilma desabouem popularidade,caindo de 65% para 31%, percentual que,até agora, ela não recuperou,como esperava o marqueteirobaianoJoão Santana. Abertamente, as oposiçõesqueenfeixamos candidatosAécio Nevese Eduardo Campos, veem realizando encontros,conversaspolíticase acordos em diversosestados. Trata-se de um jogopolítico inteligente.No primeiro turno,cada um lutará por seu espaçoe no segundoturno– se houver– quem ficar na estradaasseguraráao quedisputar o segundotempo, apoio para derrotara presidente Dilma.
O queo PT está a fazer na sua páginado Facebooké piorar esta situaçãoe, ainda pior – para reforçar –, sem atentarpara os fatos possíveisde explodiremnesteano de dificuldades, especialmentena economiae na probabilidadede acontecimentosdurante a Copa do Mundo, semelhanteàs manifestaçõesdo ano quepassou. Serão protestosdirecionadosà presidenteque tentaa reeleiçãoe não aos candidatosda oposiçãoquepregam a renovaçãodo poder, mudandoas medidastomadas na área econômica e, ainda, oferecendouma reforma políticaprofunda (que não aconteceránesteano), de modoa renovar o espectropolíticoviciado, responsável, em grande parte, pela corrupçãoquenão foi combatida,como prometido,pelo governo como e se imaginava.
É impossívelnão haver corrupçãoquandoos governosprimampela coalizão,atraindo o maior númerode partidospara a sua basede apoio – e ao todo são 34 legendas– quedisputamnacos do poder,comavidez de quem está a pensarnos cofrespúblicose nas licitaçõesfajutas. Um país decentenão necessitamais do queseis, no máximo oito partidospolíticos.Mais do queissoé carnaval como dinheiro público;é a ascensãodo Executivosobre os dois outrospoderes, enfraquecendoo próprio Poder Executivo,quese fragiliza e, ainda, indoem desacordoà Constituição,quedeterminaqueos poderessão independentes,soberanose harmônicosentresi. O queagora se observaé um Congressoenlameado, sem compostura,vítima e subalternoao Executivo que,por sua vez, é vítima e subalternodo Legislativo. É uma simbioseperniciosaque emasculaos brasileiros,quevotam em candidatos compulsoriamente,por força da lei queterá que ser modificada– já é tempo– para admitiro voto facultativo.
Mais ainda. Em Brasília o PMDB, sombra do PT, se estapeiacomo PP na luta por mais ministérios na reforma queDilma terá quefazer, assim com Wagner fará aqui, nesteúltimo ano de mandato.O PP já tem o Ministériodas Cidades e quer, tanto quanto o PMDB, comandar o Ministérioda IntegraçãoNacional,onde o orçamentoé vistoso, apetitosopara os famélicosdo dinheiro público.
Assim posto, antesqueo ano políticoefetivamente se instale,briga-se em todas as frentespor vantagensou para tentar diminuir vultos políticos quese iniciamna políticanacional, como é o caso dosataquesa Eduardo Campos, netode Miguel Arraes, banidoe exilado do país pela força ditatorial.
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