Os ministros das Relações Exteriores das grandes potências e o Irã chegaram a um acordo na madrugada deste domingo (24/11) sobre um texto conjunto
Publicação: 24/11/2013 11:28 Atualização:
Teerã, 24 novembro 2013 (AFP) - "Demos graças aos nossos negociadores", exclama Ahmad, um estudante de Teerã "feliz" após a conclusão de um acordo com as grandes potências que permitirá a rápida suspensão de algumas sanções ocidentais que afetam a economia iraniana.
Os ministros das Relações Exteriores das grandes potências e o Irã chegaram a um acordo na madrugada deste domingo sobre um texto conjunto, depois de cinco dias de intensas discussões sobre o controverso programa nuclear do Irã.
O ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohamad Javad Zarif, que liderou a delegação iraniana, elogiou o "enorme sucesso", depois de uma jornada muito difícil.
Este acordo, válido por seis meses, limita as atividades nucleares do Irã em troca de um levantamento parcial de certas sanções, especialmente nos setores do petróleo e bancário. O país vive no ritmo de sanções desde 2006, mas seu fortalecimento no ano passado mergulhou o país em uma crise profunda.
A inflação atingiu oficialmente 36% no final de outubro, enquanto o desemprego é superior a 11%. A produção industrial está em declínio e os preços dos produtos de consumo aumenta de forma constante.
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O embargo bancário e a desconexão da rede de transferências internacionais SWIFT também afetam a saúde. Os preços dos medicamentos dispararam e as importações tornaram-se mais difíceis, especialmente para o tratamento a longo prazo de doenças graves.
Hamed Mohammadi, um jovem de 30 empregado no setor privado, espera que o preço da moeda estrangeira diminua. "Isso significa que o preço das coisas também irá diminuir gradualmente" em riais (moeda iraniana), explicou.
Os cambistas confirmam que o sucesso das negociações afetará diretamente o valor do dólar em relação ao rial.
O otimismo reina desde a vitória em junho do presidente Hasan Rohani, considerado moderado e que lançou uma política de abertura.
O dólar, que chegou a custar 38 mil rials em fevereiro, sofre uma queda de cerca de 20%.
Mohamad Amini, proprietário de uma empresa de roupas em um bairro próspero de Teerã, disse que precisou chamar seu filho, que estudava na Europa, de volta.
"Eu não podia continuar a pagar os seus estudos. Agora eu espero que o dólar caia e que o meu filho possa voltar para continuar a estudar", relatou.
"Nossas vidas estão em jogo"
Apesar de não haver efervescência nas ruas, no metrô um senhor e um jovem estudante trocavam impressões. "Eu vi a guerra (Irã-Iraque, de 1980 a 1988), eu testemunhei o sofrimento e a destruição. Nós resistimos, mas isso não pode continuar. Nossas vidas estão em jogo", declarou o senhor.
O estudante pediu patriotismo. "O direito às atividades nucleares é o símbolo da nossa força, a nossa convicção", exclamou.
Os debates acalorados florescem no Facebook e no Twitter, duas redes sociais que são oficialmente proibidas no Irã, mas usadas por jovens iranianos e até mesmo altos funcionários do governo.
O acordo provisório "terá um efeito psicológico positivo. Isso vai dar esperança aos iranianos e será benéfico para a economia por alguns meses", disse à AFP Mehdi Miremadi, presidente da Câmara de Comércio Franco-iraniana.
"Mas isso não vai resolver nada a longo prazo. Enquanto não pudermos transferir dinheiro de e para o Irã, continuará a ser muito difícil", considerou.
"O maior alívio será sentido (...) quando se chegar a um acordo mais amplo", comentou à AFP Marahsi Reza, analista do Conselho Nacional Americano-Iraniano (NIAC), que estava em Genebra para acompanhar as discussões.
"A diplomacia é uma maratona, não um sprint", ressaltou
Os ministros das Relações Exteriores das grandes potências e o Irã chegaram a um acordo na madrugada deste domingo sobre um texto conjunto, depois de cinco dias de intensas discussões sobre o controverso programa nuclear do Irã.
O ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohamad Javad Zarif, que liderou a delegação iraniana, elogiou o "enorme sucesso", depois de uma jornada muito difícil.
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Entenda os principais pontos do acordo nuclear com o Irã, segundo os EUA Irã e as grandes potências alcançam acordo nuclear históricoA inflação atingiu oficialmente 36% no final de outubro, enquanto o desemprego é superior a 11%. A produção industrial está em declínio e os preços dos produtos de consumo aumenta de forma constante.
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O embargo bancário e a desconexão da rede de transferências internacionais SWIFT também afetam a saúde. Os preços dos medicamentos dispararam e as importações tornaram-se mais difíceis, especialmente para o tratamento a longo prazo de doenças graves.
Hamed Mohammadi, um jovem de 30 empregado no setor privado, espera que o preço da moeda estrangeira diminua. "Isso significa que o preço das coisas também irá diminuir gradualmente" em riais (moeda iraniana), explicou.
Os cambistas confirmam que o sucesso das negociações afetará diretamente o valor do dólar em relação ao rial.
O otimismo reina desde a vitória em junho do presidente Hasan Rohani, considerado moderado e que lançou uma política de abertura.
O dólar, que chegou a custar 38 mil rials em fevereiro, sofre uma queda de cerca de 20%.
Mohamad Amini, proprietário de uma empresa de roupas em um bairro próspero de Teerã, disse que precisou chamar seu filho, que estudava na Europa, de volta.
"Eu não podia continuar a pagar os seus estudos. Agora eu espero que o dólar caia e que o meu filho possa voltar para continuar a estudar", relatou.
"Nossas vidas estão em jogo"
Apesar de não haver efervescência nas ruas, no metrô um senhor e um jovem estudante trocavam impressões. "Eu vi a guerra (Irã-Iraque, de 1980 a 1988), eu testemunhei o sofrimento e a destruição. Nós resistimos, mas isso não pode continuar. Nossas vidas estão em jogo", declarou o senhor.
O estudante pediu patriotismo. "O direito às atividades nucleares é o símbolo da nossa força, a nossa convicção", exclamou.
Os debates acalorados florescem no Facebook e no Twitter, duas redes sociais que são oficialmente proibidas no Irã, mas usadas por jovens iranianos e até mesmo altos funcionários do governo.
O acordo provisório "terá um efeito psicológico positivo. Isso vai dar esperança aos iranianos e será benéfico para a economia por alguns meses", disse à AFP Mehdi Miremadi, presidente da Câmara de Comércio Franco-iraniana.
"Mas isso não vai resolver nada a longo prazo. Enquanto não pudermos transferir dinheiro de e para o Irã, continuará a ser muito difícil", considerou.
"O maior alívio será sentido (...) quando se chegar a um acordo mais amplo", comentou à AFP Marahsi Reza, analista do Conselho Nacional Americano-Iraniano (NIAC), que estava em Genebra para acompanhar as discussões.
"A diplomacia é uma maratona, não um sprint", ressaltou
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