O homem que já foi um dos maiores empresários do país e ficou conhecido por andar com belas mulheres tenta, aos 82 anos, voltar ao topo explorando minérios, mas esbarra na burocracia
"O momento é preocupante. Quem é consciente está apreensivo com o que está ocorrendo, a exemplo da possibilidade", diz
O empresário Olacyr de Moraes, conhecido até os anos 1990 como o rei da soja, ainda não desistiu de buscar novas oportunidades de prosperar. Aos 82 anos, e afirmando ser hoje um “homem rico, mas sem dinheiro”, aposta todas as fichas em jazidas de terras raras — minerais estratégicos dos quais o país é importador e cuja produção pode ser dobrada com a liberação de suas minas. “A burocracia existe para atrapalhar e não para ajudar”, protesta, cobrando licenças ambientais para áreas na Bahia e em São Paulo.
Nesta entrevista ao Correio, o ex-agricultor e ex-banqueiro revela que, embora esteja mais comedido, não abandonou o hábito de ter belas e jovens mulheres em sua companhia. Morando sozinho, ele conta que sem elas morreria. Mas descarta o folclore criado em torno de sua figura, de exibicionismo na sociedade paulista. “Nunca gastaria R$ 50 mil numa noite, como esse tal de rei do camarote”, brinca.
Como o senhor avalia a atual situação econômica do Brasil?
O momento é preocupante. Quem é consciente está apreensivo com o que está ocorrendo, a exemplo da possibilidade de redução na nota de crédito do país. É tudo um contrassenso; vivemos uma situação de pleno emprego, mas com baixo crescimento. Somos gigantes, mas enfrentamos uma máquina pública paralisante. A burocracia existe para atrapalhar e não para ajudar. Há seis anos, descobri dois minerais de terras raras em Barreiras (BA) e em São Paulo, mas o licenciamento ambiental não sai.
Os ambientalistas e órgãos de controle apontam riscos à biodiversidade. O senhor discorda?
Se a minha mina começasse a ser explorada poderia levar grande progresso para a região. É a mesma dificuldade enfrentada na construção de hidrelétricas na Amazônia.
O senhor começou a se dedicar a agropecuária em Mato Grosso durante o regime militar?
Foi em 1966, nas franjas da Amazônia. Não se produzia nada lá. Era preciso levar os garrotes de caminhão para engordar em São Paulo. Se fossem pelo chão perdiam metade do peso. Quando cheguei à Chapada dos Parecis, nem capim se podia plantar lá. Morreram 2 mil cabeças de gado da fazenda, em razão da acidez e da falta de micronutrientes na terra, hoje uma das melhores do país. Descobri uma jazida de calcário e começamos a usá-lo para corrigir o solo. Quando passei a produzir grãos, o problema era o escoamento da safra, que até hoje representa um custo muito alto.
o homem do tálio |
O empresário Olacyr de Moraes, conhecido até os anos 1990 como o rei da soja, ainda não desistiu de buscar novas oportunidades de prosperar. Aos 82 anos, e afirmando ser hoje um “homem rico, mas sem dinheiro”, aposta todas as fichas em jazidas de terras raras — minerais estratégicos dos quais o país é importador e cuja produção pode ser dobrada com a liberação de suas minas. “A burocracia existe para atrapalhar e não para ajudar”, protesta, cobrando licenças ambientais para áreas na Bahia e em São Paulo.
Nesta entrevista ao Correio, o ex-agricultor e ex-banqueiro revela que, embora esteja mais comedido, não abandonou o hábito de ter belas e jovens mulheres em sua companhia. Morando sozinho, ele conta que sem elas morreria. Mas descarta o folclore criado em torno de sua figura, de exibicionismo na sociedade paulista. “Nunca gastaria R$ 50 mil numa noite, como esse tal de rei do camarote”, brinca.
Como o senhor avalia a atual situação econômica do Brasil?
O momento é preocupante. Quem é consciente está apreensivo com o que está ocorrendo, a exemplo da possibilidade de redução na nota de crédito do país. É tudo um contrassenso; vivemos uma situação de pleno emprego, mas com baixo crescimento. Somos gigantes, mas enfrentamos uma máquina pública paralisante. A burocracia existe para atrapalhar e não para ajudar. Há seis anos, descobri dois minerais de terras raras em Barreiras (BA) e em São Paulo, mas o licenciamento ambiental não sai.
Os ambientalistas e órgãos de controle apontam riscos à biodiversidade. O senhor discorda?
Se a minha mina começasse a ser explorada poderia levar grande progresso para a região. É a mesma dificuldade enfrentada na construção de hidrelétricas na Amazônia.
O senhor começou a se dedicar a agropecuária em Mato Grosso durante o regime militar?
Foi em 1966, nas franjas da Amazônia. Não se produzia nada lá. Era preciso levar os garrotes de caminhão para engordar em São Paulo. Se fossem pelo chão perdiam metade do peso. Quando cheguei à Chapada dos Parecis, nem capim se podia plantar lá. Morreram 2 mil cabeças de gado da fazenda, em razão da acidez e da falta de micronutrientes na terra, hoje uma das melhores do país. Descobri uma jazida de calcário e começamos a usá-lo para corrigir o solo. Quando passei a produzir grãos, o problema era o escoamento da safra, que até hoje representa um custo muito alto.
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